Na manhã do dia 13 de junho ele me deixou. Quando vi seu corpinho frágil estirado na calçada, não conseguir controlar as lágrimas, que caíram sem pedir licença. Naquele momento o que eu mais queria era poder trazer-lhe a vida e nunca mais o deixar em situação difícil.
Dizem que gatos têm sete vidas, mas o meu só precisava ter mais uma. Era suficiente pra mim. Ele ainda não tinha nome, mas eu o chamava de “neném”,“meu bebê” e “meu bibi”. Ele rapidamente atendia, as vezes contestava, mas geralmente obedecia.
Foi amor a primeira vista. Desde que o vi pela primeira vez, senti em meu coração um amor incondicional por aquele bichinho indefeso. Nos quase dois meses em que me sentia dona dele, ele me trouxe muita alegria. Jamais vou esquecer aquele andar elegante e seu jeito cativante.
Era meu companheiro. Estava comigo sempre nas horas de solidão. Nas noites de insônia eu sempre o acordava pra me fazer companhia. Outras vezes ele acordava e quando me via sozinha, se aproximava e de maneira discreta se aconchegava a meu lado.
Sempre pela manhã, enquanto estava na cozinha preparando o café, tropeçava sobre ele por querer insistentemente um pouco de atenção. Mas, enquanto eu não o pegava no colo e lhe fazia um carinho, ele não me deixava sossegada.
Assim como uma mãe que reconhece o choro do filho, eu reconhecia o “miau” dele.
Entre muitos gatos que convivem no mesmo ambiente, o miau do “meu gatinho” era especial. Era como se estivesse realmente me chamando. “Meu bibi” era muito esperto.
Algumas vezes o vi querer enfrentar gatos maiores e até cachorros. Quando isso acontecia, geralmente eu o segurava e cobria seus olhos pra não olhar de frente o inimigo, até se acalmar.
O que me deixa mais triste ainda é imaginar que, talvez sua má sorte tenha sido eu na vida dele. Talvez, se eu não o tivesse tirado de junto a seus irmãos, ainda estaria vivo, porque assim, jamais precisaria percorrer o caminho que lhe tirou a vida.
quarta-feira, 19 de junho de 2013
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