quinta-feira, 3 de setembro de 2009

As cobras de Senador La Rocque

Cobras, palavra geralmente usada metaforicamente, para significar um bando de pessoas inescrupulosas ou más. Porém, por outra razão o indiano George Orwell em seu clássico “A Revolução dos Bichos” (São Paulo: Companhia das Letras, 2007) mostra por meio de uma história de ficção o tamanho da ganância de poder do ser humano. O autor descreve uma estratégia dos bichos na luta contra o verdadeiro e único inimigo dos bichos: O homem. Isso é o princípio do que chamaram de animalismo.
A animalização é uma das mais antigas expressões culturais produzidas ao longo dos tempos nas civilizações. Os propósitos do animalismo no debate político busca os mais variados objetivos.
Em se tratando de simbologia política, em Senador La Rocque, principalmente na Câmara Municipal temos o animalismo caracterizado.
Por conta disso, durante uma sessão ordinária na tribuna da Câmara larroquense, a vereadora Graça Carneiro se auto-denominou de Cobra Cascavel. Segundo ela, esse adjetivo seria pelo fato de a Cobra Cascavel apesar de ser um animal peçonhento é também um réptil cujas características se assemelham a alguém que faz muito barulho, pois só costuma atacar se for realmente provocada ou encurralada.
Analisando por esse prisma, em sendo a vereadora Graça uma Cobra Cascavel, logo veio o questionamento, quais seriam as outras cobras que idenficariam os demais vereadores que compõem a Câmara de Senador La Rocque.
Logo, definiu-se como Naja do Deserto, (Maricélia Menezes), Surucucu de Fogo, (Raimundinha), Caninana (Deusa), Jibóia (Deide Moura), Cobra Cipó (Queijeiro), Sucuri (Rita Barroso), Cobra Chicote (Bento)e por último, a Cobra Coral (Ozima Cury-Rad).

NAJA DO DESERTO - A picada da Cobra Naja do Deserto pode levar a uma intoxicação que desce desde o cérebro percorrendo todo o corpo da vítima. O efeito vai ao nervo óptico, aos nervos auditivos, desce para a medula oblonga e finalmente leva a uma paralisia respiratória. Quer dizer, a pessoa picada por tal cobra torna-se cega, surda e muda. Apenas tome cuidado com uma bravia Cobra Naja, que se encontra a espreita de desavisados.

SURUCUCU DE FOGO – Conhecida também como bico-de-jaca, surucutinga, surucucu ou surucucu-de-fogo, a maior serpente venenosa do continente americano e uma das maiores do mundo. Sua cauda não tem guizos, mas é capaz de emitir um determinado som, esfregando contra a folhagem um pequeno osso (parecido com uma espinha) que possui no extremo da cauda, é capaz de identificar o calor dos animais que caça, assim sendo, segue o rastro térmico de suas presas. Ela também dá sinal de que está incomodada por terem invadido seu território.
O comportamento da surucucu é agressivo e ela é capaz de dar um bote com aproximadamente um terço do tamanho do seu corpo. Quando picado por uma surucucu, o homem apresenta o seguinte quadro: queda na pressão arterial, inchaço e dor no local da picada, diminuição da freqüência cardíaca, alteração de visão, sangramentos na gengiva, pele e urina, vômito, diarréia, necrose e insuficiência renal.

CASCAVEL - A Cobra Cascavel possui um chocalho característico na cauda. A cascavel, por razões não bem entendidas, em vez de sair completamente de sua pele antiga, mantém parte dela enrolada na cauda em forma de um anel cinzento grosseiro. Com o correr dos anos, estes pedaços de epiderme ressecados formam os guizos que, quando o animal vibra a cauda, balançam e causam o ruído característico. A finalidade do som produzido pelo guizo é de advertir a sua presença e espantar os animais de grande porte que lhe poderiam fazer mal. É uma ótima chance de evitar o confronto.

CANINANA - A Caninana tem fama de cobra brava, que corre atrás e alguns dizem que ela é extremamente perigosa, porém tudo não passa de uma fama injusta. Apesar de chegar a 2,50m de comprimento e de achatar o pescoço quando está irritada, a Caninana é uma cobra mansa e sempre foge quando avistada. Como a maioria das cobras não venenosas, pode até morder, mas não passará de um arranhão. Vive próximo de lagos e rios em meio as árvores e arbustos. Pode também ser encontrada nadando ou rastejando pelo chão, onde caça aves, roedores e até pequenos lagartos.

JIBÓIA - É uma serpente que tem hábitos noturnos (o que é verificável por possuir olhos com pupila vertical), ainda que também tenha atividade diurna. Apesar de ser um réptil, pode-se considerar como animal vivíparo porque no final da gestação o embrião recebe os nutrientes necessários do sangue da mãe.
Detecta as vítimas pela percepção do movimento e do calor e surpreende-nas em silêncio. Matam por constrição dos seus músculos, envolvendo o corpo da presa e sufocando-a. A sua boca é muito dilatável e apresenta dentes nas mandíbulas. Primeiro, traga a cabeça da sua vítima. A digestão é demorada, podendo durar algumas semanas, durante as quais fica parada, num estado de torpor. Como gasta pouca energia, consegue passar muito tempo sem comer.
Apesar de ter fama de animal perigoso para o ser humano, como não é peçonhenta e não consegue comer animais de grande porte, é, no fundo, inofensiva. Tem, aliás, medo do ser humano e foge com a sua aproximação.

COBRA CIPÓ - A Cobra Verde (Cipó), possui o veneno quatro vezes mais tóxico que o da Jararaca. Mas, por possuir dentição opistóglifa (o dente de veneno fica situado no fundo da boca) não é considerada venenosa.
Essa espécie passa a maior parte do tempo nas árvores e arbustos, mas pode ser encontrada no chão. Não é uma cobra agressiva, fugindo rapidamente pela vegetação quando perturbada, mas pode morder se for acuada.

SUCURI - A sucuri, também conhecida como anaconda, é uma cobra sul-americana. Tem a fama de ser uma cobra enorme e perigosa . Ela chega a medir até 12 metros de comprimento.
É uma cobra que se enrola na vítima, sufoca-a, quebra-lhe todos os ossos e a engole. Assim, a racionalidade política diz que tem políticos assim, que quando conseguem dominar se tornam verdadeiras cobras sucuris. Existem quatro espécies, das quais as três primeiras ocorrem no Brasil.
São ainda conhecidas como arigbóia, boiaçu, boiçu, boiguaçu, boioçu, boitiapóia, boiuçu, boiuna, sucuriju, sucurijuba, sucuriú, sucuruju, sucurujuba e viborão

COBRA CHICOTE – A Cobra Chicote é uma serpente que anda pelo capim, é clara e pequena, mas comprida e que a parte da cabeça se enrola nas pernas das pessoas e depois dá lambadas numa pessoa de tal maneira que derruba pessoa no chão. Ela é facilmente encontrada no pantanal, algumas chegam a medir um metro de comprimento. Infeliz do sujeito que passar perto de uma porque ela se enrola na perna da pessoa e senta o reio no lombo do infeliz, dizem que ela só larga o sujeito depois de dar umas trinta lambadas.

COBRA CORAL - A Cobra Coral, encontradas em todo o País, têm hábitos noturnos e praticam o canibalismo. Durante o dia descansam, mas apesar da fama de perigosa, precisa ser muito provocada ou pisoteada para dar o bote. Elas respondem por menos de 1% das ocorrências e é facilmente confundida com a falsa coral, sua prima inofensiva.
O veneno de todas essas serpentes pode matar uma pessoa em pouco tempo. Seu veneno age no sistema nervoso e pode levar uma pessoa a morte em poucos minutos. Possui bandas vermelhas, amarelas/brancas e pretas. Em média, medem 60 cm, mas já foram vistas cobras desta espécie com 150 cm.

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